Resenha: Menina Má X Precisamos Falar Sobre Kevin

Olá galerinha do meu blog!

Acabei de ler "Menina Má", de William  March.Um livro lançado em 1954, e que por sinal: fez muito sucesso na época.

Menina Má tem um estilo de escrita semelhante à "Estorvo", de Chico Buarque.E talvez esse seja uma das coisas, quais me fez amar-lo de primeira!
Me surpreendi de início, já que cheguei com o pensamento de que o livro talvez fosse narrado pela pequena "Rhoda". Porém, grande parte foi narrada aos olhos de "Cristhine", sua mãe. E em outras partes, narrado por "Leroy".

Mas, de toda forma, sempre a atenção estava direcionada à Rhoda.

Menina Má fala sobre uma garota com "psicopatia". Vamos recapitular: era os anos 50's,e muita coisa nessa época ainda não haviam acontecido.
Os casamentos inter-raciais nos Estados Unidos eram proibidos, o país ainda se recuperava de uma guerra.
Assassinatos cruéis de pessoas já rondavam o mundo há anos,e claro: já existiam os famosos "Seriall Killers".
Porém, uma nova doença acabava de ser "descoberta",e um novo termo começava à ser aplicado: "psicopatia".

 Não demorou muito para a popularização desse assunto,mas devido a época:as pessoas preferiam se manter otimistas,e já mais pensar que o seu vizinho ao lado poderia ser um assassino à "sangue frio".Ainda mais se tratando de uma criança.
Fora o fato de como as pessoas consideradas com algum transtorno mental, ainda eram tratadas. A realidade é que ninguém queria ter um parente taxado como "louco", ou pior:um louco que mata pessoas,quais muitas vezes não lhe fizeram mal algum!

Mas como dizem:a sorte não vem para todos. E é com isso que as mães dos personagens principais de ambos os livros, teem de lidar.



Agora, vamos à "Precisamos Falar Sobre o Kevin"...



"Precisamos Falar Sobre o Kevin", qual mais tarde, virou filme, assim como "Menina Má". E por sinal, também acabou virando um clássico,e uma excelente demonstração da psicopatia em jovens.


"Precisamos Falar Sobre o Kevin" vem com a capa ilustrativa de um garoto, com um corpo de um adolescente, mas que possui uma cabeça de um "monstro" colocada no lugar de sua cabeça humana normal. A partir daí,ao relacionarmos com o título,podemos imaginar que deve se tratar de alguma criança problemática. Foi lançado em 2003, por Lionel Shriver. Jornalista, e também autora de outros livros. 

Em "Precisamos falar Sobre o Kevin",Eva Katchadourian, desabafa por meios de cartas para o seu marido, sobre um "peso" qual devia está carregando. Devido ao seu filho mais velho, Kevin. Do período em que Kevin cometeu o ato, até o tempo em que são escrita as cartas já se passaram um ano e meio.

O fato da personagem também escrever cartas endereçadas para o seu marido sobre o seu filho um tanto quanto "problemático", foi algo que me chamou a atenção em "Menina Má". Já que a mãe de Rhoda também fazia o mesmo.

Diferente de "Menina Má", Eva está escrevendo após o ato. Então óbvio que não podemos ver o sofrimento dela durante a época. Ela descreve o Kevin como uma "criança problemática" e "cheia de mimos" desde pequeno.

Uma das coisas em que gosto em "Menina Má", é que podemos acompanhar o sofrimento da mãe da menina, podemos sentir daqui a "angustia", podemos enxergar o "beco sem saída" em que ela se encontra. O que não é visto em "Precisamos Falar Sobre o Kevin".

Uma das coisas em que podemos notar em "Precisamos Falar Sobre o Kevin", é que quando  Eva começa à falar sobre a infância de Kevin:ela fala sobre coisas mais triviais. Como o seu gosto por coisas salgadas, pelo atraso na fala e no desenvolvimento, quando pequeno. Além do fato dele não parar de chorar. Ao decorrer do livro, Eva também fala sobre alguns incidentes do menino com a vizinhança. Sobre os incidentes na escola, e em outros lugares. Mas ainda sim, desde o início apenas conseguimos ver-lo como "apenas mais um garoto problemático".

Já em "Menina Má", Rhoda demonstra ser uma menina doce, vaidosa e extremamente carinhosa com os pais. Com notas altas na escola,e claro;nenhum incidente relatado por os vizinhos ou outras crianças.

Precisamos Falar Sobre o Kevin e Menina Má, nesse caso têm uma coincidência. Grande parte não desconfia tanto de Kevin, quanto de Rhoda.

 A mãe de Kevin é uma excessão. Já que desconfia que desde pequeno,o filho tem uma certa "maldade" em seu coração. E inclusive,a própria chegou a presenciar alguns desses "incidentes". Porém, sempre que tentava repreender a sua conduta,acabava entrando em discussão com o seu marido. O que era palco de gozação do próprio Kevin.

Já em Menina Má, quem desconfiasse que Rhoda não era "flor que se cheirasse",teria de provar. E o máximo que algumas pessoas conseguiam eram "suspeitas". E até algumas informações vagas como: "A Rhoda se distanciou do grupo, durante o passeio." ou "A minha avó detestava gatos!Então,por quê ela desceria aquela escada?".

Porém, NINGUÉM desconfiava totalmente da menina está envolvida diretamente em algo, e sim, que ela havia visto algo que não tinha contado. Afinal,a achavam muito tímida para isto!

Ninguém nunca conectou as mortes que ocorreram, com o fato de Rhoda está sempre presente,menos a sua mãe.
 A partir daí, a situação se inverte,apenas Christine, mãe de Rhoda, passa a ver do que a menina é realmente capaz de fazer c as pessoas ao redor. Enquanto, outros apenas veem Rhoda como um "anjinho".


Em "Precisamos Falar Sobre o Kevin", nós percebemos que não se tem aquela idolatria aos "assassinos". Se você ler o livro, provavelmente irá ler a parte,onde o Kevin fala sobre a tal fama que ele recebeu no presídio, depois de preso. E ainda,sobre como os outros presos o idolatravam, e também adoravam o estilo de suas roupas. Segundo Kevin,um deles tinha até roubado uma camisa de seu armário. Parte em que faz Kevin parecer "arrogante".

Tanto Lionel, quanto Lynney Ramsay (direitora de "Precisamos Falar Sobre o Kevin") , não buscam capturar o lado que  se "idolatra" os tais assassinos. Lá você não ver ninguém se reunindo sala de estar para debater assassinatos cruéis que ficaram na história, como em "Menina Má".

Pelo ao contrário, em "Precisamos Falar Sobre o Kevin", as pessoas culpam Eva pelo os assassinatos, olham estranho para ela nas ruas e fazem certas atrocidades com o seu carro. Mesmo não tendo sido ela a verdadeira culpada.

Em "Menina ", devido a esse clima, ao descobrir cedo do que Rhoda é capaz, ela passa de uma simples "menina ", à uma simples "vilã mirin". E talvez, ao decorrer da história,uma  vire uma espécie de "heroína", com nós na torcida para que ela elimine todos aqueles personagens que nós não gostamos. Parece ser duro assim dizendo, mas é a verdade! Afinal, é apenas uma história fictícia.

Devido à esse clima em que não encontramos em "Precisamos Falar sobre o Kevin", desde como sabemos cedo como se comporta,seus hobbies e seus interesses, não temos a oportunidade de "amar" o Kevin, como temos à Rhoda.

Nas cartas, Eva não fala sobre Kevin de um "jeitinho carinhoso", pelo ao contrário. Fala desde à sua infância (como já disse antes) até o dia em que foi preso. Fala sobre como não queria ser mãe,além do distanciamento com o Kevin. Nós vemos tudo aos olhos de Eva, e não do Kevin, ou de todos ao seu redor, como em "Menina Má".

Mas como amar um assassino?"
Rhoda também é uma assassina, mas nós conseguimos ter uma certa idolatria à ela (lembrando que também há pessoas que ficam horrorizadas diante desse tipo de conteúdo). Mr. Pickles  é um personagem do desenho "Mr . Pickles", e um assassino. Mas nós o idolatramos,e amamos como ele defende o seu dono, e quem vier a lhe fazer algum mal.
 Filmes e séries de ação mostram muito sangue,e muita violência. Porém,muitas vezes,os personagens que mais matam, são  o que nós temos certa idolatria. Então por que não conseguimos idolatrar o Kevin?

Simples! Pois como já disse antes, tanto a autora quanto a diretora queriam buscar exatamente o lado mais "obscuro" da psicopatia,e não criar um ídolo.
O que deu certo.

 Se você não leu nenhum dos dois livros, eu os recomendo. Além disso, recomendo o filme "Precisamos Falar Sobre o Kevin", pois ambos retratam a psicopatia.

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